Por dentro da arte de Dustborn, inspiração em gibis clássicos e acertando na representatividade
ResumoDustborn é um jogo de ação e aventura com foco em narrativa desenvolvido pela Red Thread Games e publicado sob o selo Spotlight da Quantic DreamO jogo chega ao Xbox Series X|S e
Resumo
- Dustborn é um jogo de ação e aventura com foco em narrativa desenvolvido pela Red Thread Games e publicado sob o selo Spotlight da Quantic Dream
- O jogo chega ao Xbox Series X|S e Xbox One em 20 de agosto
- O diretor de arte do jogo, Christoffer Grav, concede uma entrevista exclusiva sobre o estilo visual único de Graphic novel do jogo
Dustborn é um novo título narrativo que chega ao Xbox ainda este ano, uma aventura explosiva na qual um grupo de desajustados com superpoderes tenta atravessar uma América distópica para entregar um pacote misterioso.
Como diretor de arte no estúdio Red Thread Games, Christoffer Grav tem um papel importante na criação de Dustborn, uma aventura explosiva na qual um grupo de desajustados com poderes super-humanos tenta atravessar uma América distópica para entregar um pacote misterioso.
Enquanto Dustborn se destaca por personagens e diálogos marcantes, a estética única de seu mundo também está no coração da experiência do jogo.
Imaginado pelo Diretor Criativo do jogo, Ragnar Tørnquist, Dustborn inicialmente adotou um tom sombrio, antes de evoluir para focar nas conexões interpessoais entre a personagem principal Pax e sua equipe.
“A direção de arte inicialmente era um pouco mais sombria e pessimista – não era sombreada ou em estilo de quadrinhos”, admite Grav. No entanto, à medida que a história se tornava mais leve e mais focada em conexões humanas, Dustborn começou a “parecer mais positivo com cores brilhantes, um visual mais limpo e uma paleta colorida”, de acordo com Grav.
“Eu queria ir nessa direção porque é o meu próprio estilo como ilustrador, muito influenciado por quadrinhos. Eu queria fazer algo que me sentisse super próximo. Basicamente, eu queria trazer meu estilo 2D para o espaço 3D.”
Um produto dos anos 80 e suas estéticas pop, Grav trouxe um tom vibrante para Dustborn, inspirado por influências passadas, “Eu sou um nerd da Disney, sempre fui. E eu era um grande geek de quadrinhos quando era mais jovem; enquanto crescia na Noruega, meu avô costumava colecionar quadrinhos franceses e belgas, como Asterix e Tintin.”
O quadro de humor de Grav também apresentava muitas obras de arte do lendário quadrinista francês Moebius, que ele descobriu através da coleção de quadrinhos de seu avô. “Alguns anos atrás, quando comecei a procurar por inspirações para Dustborn, percebi que muitos dos gibis do meu avô eram do Moebius!”.
À medida que envelhecia, ele também se inspirou em criadores americanos: “Não havia muitos quadrinhos importados para a Noruega quando eu era criança, mas eventualmente conseguimos uma tradução oficial do Spawn [Todd McFarlane], foi um dos primeiros quadrinhos americanos a serem vendidos em supermercados, e isso simplesmente explodiu minha mente! A arte, a história, eu rapidamente tentei emular esse estilo.”
À medida que mais quadrinhos americanos chegavam a Oslo, Grav os devorava, “Comecei a colecionar quadrinhos como Gen 13, Witchblade… Então, é bom tirar inspiração de tantas obras diferentes com Dustborn. Claro, hoje muitos jogos são inspirados por quadrinhos, mas espero que meu trabalho se destaque pela forma como mistura influências tanto da América quanto da Europa, com suas linhas claras.”
A estética inspirada em quadrinhos do jogo acentua o lado subversivo de Dustborn, que se passa em uma ‘Divided States of America’ distópica, impulsionada pela Justiça, repleta de propaganda distópica.
Foi um playground para um artista formado como designer gráfico: “Claro que me inspirei em conflitos mundiais passados e ditaduras, só que é mais algo que serve de pano de fundo. Não há um grande vilão em Dustborn, é mais sobre as pessoas e a maneira como interagem entre si. É por isso que os oficiais de Justiça têm um sorriso no rosto: o Estado quer que eles sejam vistos como uma força positiva. Eles até têm um mascote! Com Dustborn, eu realmente coloquei uma variedade de influências de todas as mídias, de animes, filmes, séries, livros, quadrinhos, através de muitas décadas que me inspiraram”, explica Grav.
Finalmente, a tripulação. Pax e cada um dos membros de sua família traz algo único, com seus poderes complementares, identidades, pontos de vista fortes e sim, falhas. São Humanos, afinal de contas.
Para alcançar seus objetivos narrativos e artísticos, Dustborn reuniu um grupo diversificado de roteiristas e dubladores, e a equipe está comprometida em incluir uma ampla gama de perspectivas ao jogo.
“Representatividade é muito importante pra mim. Crescendo como uma pessoa gay, não havia nada na TV ou no meio de entretenimento que refletisse minha experiência”, explicou Grav.
“Como uma criança ‘queer’ eu passei por momentos difíceis na escola e, vendo a direção que o mundo está tomando hoje com os direitos LGBTQ+ e outros direitos fundamentais ainda em risco, acho que é ainda mais importante focar na representação, especialmente em videogames”.
Então, ao trabalhar em Dustborn, Grav e seus colegas de equipe frequentemente se desafiavam para trazer mais perspectivas para a experiência, garantindo que estavam representando autenticamente os personagens do jogo. Eles queriam criar um jogo que retratasse a diversidade do mundo em que vivemos, com uma variedade de gêneros, etnias, orientações sexuais, aparências, atitudes – um jogo que faria o jovem Grav se sentir incluído.
Antes de terminar, ele compartilhou sua esperança de que “as pessoas se vejam nesses personagens ou se inspirem neles”. Uma grande conquista para o garoto que sonhava em se ver em quadrinhos, jogos e além.
Dustborn chega ao Xbox Series X|S e Xbox One em 20 de agosto.
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